O Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto
(PIB), registrou queda de 0,61% em janeiro sobre dezembro, apontaram
dados desassonalizados divulgados pelo BC nesta segunda-feira.
A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de crescimento
de 0,1% na comparação mensal em janeiro, segundo a mediana de 13
projeções. Na comparação com janeiro do ano passado, a retração é de
6,70% e, em doze meses, a contração é de 4,44%, também após ajuste
sazonal.
A queda do indicador em janeiro marca o décimo primeiro mês seguido
de contração na prévia do PIB. Também foi a maior retração mensal desde
agosto do ano passado, quando houve recuo de 0,92%. A última vez que o indicador teve aumento foi em fevereiro de 2015, com alta de 0,47% sobre janeiro.
A retração reflete, principalmente, perdas nos setores de varejo e
serviços, que iniciaram o ano com queda de 1,5% em janeiro sobre
dezembro e de 5% sobre janeiro de 2015, respectivamente.Isso ofuscou a
alta inesperada de 0,4% na produção industrial em janeiro sobre
dezembro, dado positivo, mas que não indica mudança de tendência no setor.
O economista
do Goldman Sachs Alberto Ramos afirmou em nota que o dado surpreendeu
negativamente, e que a expectativa é de novo recuo do IBC-Br em
fevereiro, em meio a um ambiente marcado por inflação alta, condições
mais duras de financiamento e deterioração do mercado de trabalho.
"Do lado positivo, uma taxa de câmbio mais competitiva e uma fraca
demanda doméstica deverão gradualmente elevar a contribuição das
exportações líquidas para o crescimento e fornecer um piso para a
contração esperada para o PIB nos trimestres à frente", destacou.
O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, apontou em
relatório que o índice deverá seguir mostrando piora no acumulado em 12
meses "até mais ou menos o terceiro trimestre de 2016, quando, com a
base fraca de comparação, algum alívio deve se dar".
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços,
indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve retração de
3,8%, a maior queda em 25 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2016, o mercado financeiro acredita que o PIB terá novamente
forte retração. A expectativa de analistas ouvidos pelo BC na semana
passada em pesquisa Focus é de uma contração de 3,54%.
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