A pesquisa intitulada “A música como
moduladora na escolha de parceiros: um estudo sobre musicalidade e
seleção sexual humana” desenvolvido pelo pesquisador Igor Fernando Costa
Fernandes do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) comprovou que a musicalidade influencia na
escolha de parceiros românticos.
“A musicalidade humana possui paralelos
com atributos semelhantes em outras espécies de aves, cetáceos e
primatas, nas quais esta característica tem sido estudada de forma
sistemática desde às primeiras observações feitas por Darwin na
composição da Teoria Evolucionista”, diz Igor Fernandes.
A musicalidade humana é alvo de
discussão das mais diversas áreas de conhecimento. Sua presença
universal, datada de pelo menos 36 mil anos, bem como sua utilização
cotidiana como ferramenta de expressão são alguns dos diversos
argumentos que corroboram para a importância deste comportamento na
espécie humana.
“A Musicologia Evolucionista, teoria
usada na nossa pesquisa, se propõe ao estudo da função última da
musicalidade humana, tendo como uma das hipóteses propostas para
explicar a função do comportamento musical em nossa espécie a de que
este estaria intrinsecamente ligado ao comportamento de seleção e
escolha de parceiros”, destaca o pesquisador.
Método
Foi investigado o efeito dos estímulos
musicais, segundo sua qualidade, na seleção de parceiros sexuais,
através de avaliação de estímulos fotográficos.
Os resultados apontam, também, para um
maior efeito de estímulos musicais de baixa qualidade, os quais
interferem negativamente na percepção dos parceiros. Foram encontrados
diferentes efeitos segundo o valor de mercado dos parceiros potenciais
apresentados.
“Por último, encontramos diferentes
efeitos dos estímulos musicais na avaliação das diversas variáveis
avaliadas, tais como atratividade, inteligência, familiaridade,
confiabilidade e interesse sexual despertado. A partir dos resultados
obtidos encontramos evidências que corroboram com a hipótese de que o
comportamento musical humano está ligado ao processo de seleção e
escolha de parceiros sexuais”, ressalta Igor Fernandes.
“Encontramos diferenças do efeito da
música em mulheres e não em homens, sendo estas mais responsivas às
melodias apresentadas. Essa diferença sexual aponta para a origem da
musicalidade humana, em um ambiente ancestral, no qual homens usariam as
melodias como forma de cortejar as mulheres, demonstrando assim possuir
características positivas, como inteligência e coordenação motora”,
conclui o pesquisador.
O estudo foi desenvolvido no Laboratório
de Evolução do Comportamento Humano (LECH) e orientado pela
coordenadora e Professora da Pós-graduação em Psicobiologia da UFRN,
Fívia Lopes.
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