O juiz federal Sérgio Moro, da
13ª Vara Federal de Curitiba, informou à defesa do pecuarista José
Carlos Bumlai de que não pode considerar válidas como prova as
declarações enviadas por escrito pelo ex-presidente Lula.
Por isso, Moro pediu que a defesa de
Bumlai se pronuncie se quer realmente desistir do depoimento de Lula
como testemunha de defesa, previsto para o próximo dia 14.
Os advogados de Bumlai haviam arrolado
Lula como testemunha na ação penal à qual o pecuarista responde, mas
recuaram nesta sexta-feira (11) e enviaram declarações por escrito com a
assinatura do ex-presidente ao final do documento.
O recuo ocorre depois da superexposição
de Lula dos últimos dias, que foi alvo de condução coercitiva na semana
passada e de um pedido de prisão preventiva nesta semana.
“Declarações que digam respeito aos
fatos em apuração devem ser prestadas em juízo, sob contraditório, para
terem valor probatório, como exigência do art. 155 do CPP. Então às
declarações juntadas por escrito do ex-presidente, não tendo caráter
exclusivamente abonatório, não poderá ser atribuído valor probatório”,
escreveu Moro.
Estava previsto que o depoimento
ocorresse por videoconferência na próxima segunda-feira (14). Lula
deporia em São Paulo, em videoconferência com o juiz Sérgio Moro.
A defesa de Bumlai deve se posicionar ainda nesta sexta sobre a desistência.
RECUO
Em um recuo para evitar nova exposição
pública do ex-presidente Lula na Operação Lava Jato, a defesa do
pecuarista José Carlos Bumlai desistiu que ele prestasse depoimento como
sua testemunha de defesa ao juiz federal Sérgio Moro e juntou
declarações escritas em que Lula inocenta o pecuarista.
Os advogados de Bumlai juntaram nesta
sexta o pedido de desistência do depoimento de Lula, que estava previsto
para a próxima semana.
O ex-presidente confirma conhecer Bumlai
desde 2002 e diz que estabeleceram uma amizade que se estendeu às
famílias. “Mantivemos convívio próximo em diversas ocasiões”, escreveu.
Segundo Lula, porém, “jamais tratamos de
assuntos políticos, muito menos de eventuais interesses do sr. Bumlai
junto ao governo, órgãos estatais ou empresas públicas”.
Bumlai está preso na Lava Jato e é
investigado por ter atuado na obtenção de um empréstimo junto ao banco
Schahin que serviria para quitar uma dívida do PT. Em troca, os
investigadores suspeitam que o pecuarista intermediou um contrato da
Schahin com a Petrobras.
Lula, porém, também nega conhecer o
caso. “Jamais tive conhecimento de eventual interesse do sr. Bumlai em
negócios relativos a sondas de prospecção de petróleo, seja através do
grupo Schahin, seja de outros”, escreveu na declaração, acrescentando
que nunca pediu ajuda para proteger Bumlai em relação a esse assunto.
O ex-presidente ainda afirma que nunca
soube de que Bumlai “pudesse ter se valido de sua relação pessoal comigo
para obter qualquer vantagem ou benefício em qualquer tipo de negócio,
com contraparte pública ou privada”.~
Folha Press
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