Papéis encontrados pela Polícia
Federal no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicam que em novembro de 2010,
quando o petista ainda era presidente da República, mudas de plantas
foram enviadas do Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe do
Executivo, em Brasília, para a propriedade rural no interior de São
Paulo.
Porém, em depoimento à Polícia Federal,
Lula afirmou que só tomou conhecimento sobre a compra do sítio por
amigos dele e passou a visitar o local em janeiro de 2011, após deixar a
presidência da República.
Na diligência de busca e apreensão
realizada na propriedade rural no último dia 4, na 24ª fase da Operação
Lava Jato, a PF aprendeu um papel que tem em seu título os dizeres
“Palácio da Alvorada – Administração – Relação das plantas enviadas para
São Paulo no dia 14/11/2010”.
Na sequência são listadas mudas de 11
plantas: pés de amora, goiaba, abacate, ingá, ameixa, grevilea,
primavera, jasmim manga, cana índica vermelha, margaridas e flamboyant
vermelho.
O papel indica origem em Brasília e data de 16 de novembro de 2010.
Ex-assessor de Lula diz que engenheiro da Odebrecht pagou obras em sítio
Um ex-assessor do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou à força tarefa da Operação Lava Jato que
recebeu dinheiro do engenheiro da Odebrecht Frederico Barbosa para pagar
as despesas das obras realizadas no fim de 2010 no sítio em Atibaia
(SP) que é frequentado pelo ex-presidente e sua família. Os trabalhos na
propriedade rural foram iniciados a partir de outubro de 2010, quando
Lula ainda ocupava a Presidência da República.
O depoimento foi dado à força tarefa por
Rogério Aurélio Pimentel, que em 2010 era assessor pessoal do
ex-presidente Lula. A afirmação de Pimentel contradiz o testemunho do
engenheiro da Odebrecht citado por ele.
Frederico Barbosa disse aos procuradores
da Lava Jato que Pimentel era quem “disponibilizava recursos para pagar
despesas imediatas com prestadores de serviço”.
A oitiva de Pimentel reforça os indícios
de que a Odebrecht bancou grande parte das obras no sítio usado pelo
ex-presidente e sua família.
Segundo o então assessor de Lula, por
duas ele recebeu envelopes lacrados com dinheiro das mãos de Barbosa e
levou para um depósito de materiais de construção a fim de pagar por
produtos adquiridos para uso no sítio.
Esse testemunho confirma fato apontado
pela ex-dona de uma loja de material de construção entrevistada pela
Folha de S.Paulo em janeiro. Patrícia Fabiana Melo Nunes, ex-dona do
Depósito Dias, que forneceu produtos para a obra, disse à reportagem que
recebeu pagamentos de produtos utilizados no sítio por um homem que
fazia as entregas de dinheiro por indicação de Barbosa.
Em seu depoimento, o ex-assessor também
contraria o relato de Carlos Rodrigues do Prado, o dono da pequena
empreiteira Rodrigues do Prado, que atuou na maior parte da obra. Prado
afirmou à Folha que recebeu de Pimentel R$ 167 mil em dinheiro vivo para
pagar os serviços realizados no sítio.
O ex-assessor, porém, disse não se recordar da prestação de serviços da Rodrigues do Prado.
Folha Press
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