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quinta-feira, 17 de março de 2016

Planalto mandou mudas de árvores a sítio antes de Lula deixar Presidência; ex-assessor diz que engenheiro da Odebrecht pagou obras

Papéis encontrados pela Polícia Federal no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicam que em novembro de 2010, quando o petista ainda era presidente da República, mudas de plantas foram enviadas do Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe do Executivo, em Brasília, para a propriedade rural no interior de São Paulo.
Porém, em depoimento à Polícia Federal, Lula afirmou que só tomou conhecimento sobre a compra do sítio por amigos dele e passou a visitar o local em janeiro de 2011, após deixar a presidência da República.
Na diligência de busca e apreensão realizada na propriedade rural no último dia 4, na 24ª fase da Operação Lava Jato, a PF aprendeu um papel que tem em seu título os dizeres “Palácio da Alvorada – Administração – Relação das plantas enviadas para São Paulo no dia 14/11/2010”.
Na sequência são listadas mudas de 11 plantas: pés de amora, goiaba, abacate, ingá, ameixa, grevilea, primavera, jasmim manga, cana índica vermelha, margaridas e flamboyant vermelho.
O papel indica origem em Brasília e data de 16 de novembro de 2010.
Ex-assessor de Lula diz que engenheiro da Odebrecht pagou obras em sítio
Um ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou à força tarefa da Operação Lava Jato que recebeu dinheiro do engenheiro da Odebrecht Frederico Barbosa para pagar as despesas das obras realizadas no fim de 2010 no sítio em Atibaia (SP) que é frequentado pelo ex-presidente e sua família. Os trabalhos na propriedade rural foram iniciados a partir de outubro de 2010, quando Lula ainda ocupava a Presidência da República.
O depoimento foi dado à força tarefa por Rogério Aurélio Pimentel, que em 2010 era assessor pessoal do ex-presidente Lula. A afirmação de Pimentel contradiz o testemunho do engenheiro da Odebrecht citado por ele.
Frederico Barbosa disse aos procuradores da Lava Jato que Pimentel era quem “disponibilizava recursos para pagar despesas imediatas com prestadores de serviço”.
A oitiva de Pimentel reforça os indícios de que a Odebrecht bancou grande parte das obras no sítio usado pelo ex-presidente e sua família.
Segundo o então assessor de Lula, por duas ele recebeu envelopes lacrados com dinheiro das mãos de Barbosa e levou para um depósito de materiais de construção a fim de pagar por produtos adquiridos para uso no sítio.
Esse testemunho confirma fato apontado pela ex-dona de uma loja de material de construção entrevistada pela Folha de S.Paulo em janeiro. Patrícia Fabiana Melo Nunes, ex-dona do Depósito Dias, que forneceu produtos para a obra, disse à reportagem que recebeu pagamentos de produtos utilizados no sítio por um homem que fazia as entregas de dinheiro por indicação de Barbosa.
Em seu depoimento, o ex-assessor também contraria o relato de Carlos Rodrigues do Prado, o dono da pequena empreiteira Rodrigues do Prado, que atuou na maior parte da obra. Prado afirmou à Folha que recebeu de Pimentel R$ 167 mil em dinheiro vivo para pagar os serviços realizados no sítio.
O ex-assessor, porém, disse não se recordar da prestação de serviços da Rodrigues do Prado.
Folha Press



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