A
ressurreição de Jesus é a consequência de uma vida gasta a “fazer o bem
e a libertar os oprimidos”. Isso significa que, sempre que alguém – na
linha de Jesus – se esforça por vencer o egoísmo, a mentira, a injustiça
e por fazer triunfar o amor, está a ressuscitar; significa que sempre
que alguém – na linha de Jesus – se dá aos outros e manifesta em gestos
concretos a sua entrega aos irmãos, está a ressuscitar. Eu estou a
ressuscitar, porque caminho pelo mundo fazendo o bem, ou a minha vida é
uma submissão ao egoísmo, ao orgulho, ao comodismo?
A ressurreição de Jesus significa, também, que o medo, a morte, o
sofrimento, a injustiça deixam de ter poder sobre o homem que ama, que
se dá, que partilha a vida. Ele tem assegurado a vida plena, essa vida
que os poderes deste mundo não podem atingir nem restringir. Ele pode,
assim, enfrentar o mundo com a serenidade que lhe vem da fé. Estou
consciente disto ou deixo-me dominar pelo medo, sempre que tenho de agir
para combater aquilo que rouba a vida e a dignidade a mim e a cada um
dos meus irmãos?
Aos discípulos pede-se também que sejam as testemunhas da
ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio, mas fazemos todos os dias a
experiência do Senhor ressuscitado, vivo e caminhando ao nosso lado nos
caminhos da história. Temos de testemunhar essa realidade; no entanto, é
preciso que o nosso testemunho seja comprovado por factos concretos:
por essa vida de amor e de entrega que é sinal da vida nova de Jesus em
nós.
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