O Ministério da Justiça divulgou
nota nesta segunda-feira (21) afirmando que “não há nenhuma decisão”
tomada sobre a troca do diretor-geral da Polícia Federal.
“O Ministério da Justiça informa que o
diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, continua gozando de
plena confiança por parte do ministro da Justiça. Não há nenhuma decisão
sobre a sua substituição”, disse a nota.
Reportagem publicada pela Folha de
S.Paulo nesta segunda informa que o governo decidiu buscar um nome para
substituir Daiello em até 30 dias. Na nota, o ministério não nega essa
informação e também não garante a permanência do atual diretor no cargo
na gestão do novo ministro, Eugênio Aragão, que assumiu na quinta (17).
Em entrevista à Folha, publicada no
sábado (19), Aragão afirmou que Daiello não estava garantido no comando
da PF e indicou o perfil que busca dentro da polícia: “Quero
evidentemente na PF pessoas que tenham alguma liderança interna. Essas
instituições que têm competências autárquicas, e são independentes na
sua atuação, precisam ser dirigidas por lideranças”.
Leandro Daiello, no cargo desde 2011,
perdeu de vez a confiança do Planalto depois do episódio da gravação
telefônica, feita pela PF com autorização do juiz Sergio Moro, do
Paraná, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente
Dilma Rousseff.
Investigadores da Operação Lava Jato
viram no diálogo captado uma tentativa da presidente de evitar a prisão
de seu antecessor por Moro.
A missão do novo ministro da Justiça é
encontrar nas próximas semanas um nome para apresentar a Dilma. O
ministro vai indicar o substituto, mas cabe à presidente nomear de fato o
comandante da PF.
Pela legislação aprovada em 2014, o
diretor-geral da PF deve ser do quadro de delegados da instituição no
mais alto nível da carreira, chamado de “classe especial”.
A tarefa de Aragão é identificar, entre
esses delegados, alguém capaz de aceitar a missão em meio ao desgaste
político que uma troca do tipo vai causar em um dos momentos mais
cruciais da Lava Jato, que tem Lula entre seus investigados.
O prazo de um mês com que o ministro
trabalha serviria para a pasta encontrar alguém para comandar a polícia
e, ao mesmo tempo, daria a Leandro Daiello um período de transição para
outro setor da instituição.
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