Com uma aparente folga de
votos na Comissão do Impeachment, recém-formada na Câmara dos Deputados,
a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT)
planeja intensificar suas ações na esfera judicial e diminuir os
esforços no Congresso.
“Não precisamos tomar a linha
de frente. Quem vai cobrar dos parlamentares indecisos sobre a
necessidade do impeachment não somos nós, mas os brasileiros. Isso já
está acontecendo e vai se intensificar conforme a votação sobre o
impeachment se aproximar”, avalia Antônio Imbassahy, líder do PSDB na
Câmara. Parte dessa pressão deverá ser feita pelos grupos
pró-impedimento que têm articulado os protestos nas ruas e nas redes
sociais, como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL).
A expectativa de Imbassahy é
que a Comissão do Impeachment tenha seus trabalhos concluídos em até 30
dias. Enquanto isso, os partidos de oposição vão se concentrar no
Judiciário, por exemplo, com novos recursos no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). “São tempos diferentes. A velocidade no TSE é outra. Na
Câmara, a não ser que haja alguma ação do governo ou do PT na Justiça, o
processo deve ser mais rápido”, diz o tucano.
Se para a oposição o jogo
parece ganho na Comissão do Impeachment da Câmara, para a situação o
momento exige ainda mais esforços. Líder do PT na Câmara, Afonso
Florence (PT-BA) critica o início dos trabalhos do grupo de
parlamentares que vai julgar se Dilma deve sair. “Mal começaram e já
falam em convocar Lula e Dilma. Vemos a espetacularização da política, a
intensificação do ‘quanto pior, melhor’.”
Mudança de rumo
A decisão de Dilma Rousseff de
levar Lula para o governo abriu num primeiro momento uma outra frente
para ataques da oposição e o consequente enfraquecimento da mandatária.
Assim que ficou mais forte da
possibilidade de indicação do ex-presidente para a Casa Civil, a
oposição começou a rascunhar estratégias para debilitar ainda mais o
governo. Uma das primeiras possibilidades era a de fazer convocações
sistemáticas de Lula nas comissão da Câmara e expô-lo a ‘esqueletos’ da
época em que ocupava o Palácio do Planalto, conforme comentou um
parlamentar tucano. Imbassahy, no entanto, descarta a convocação. “Vou
desaconselhar que isso seja feito”, diz.
Para Paulo Pimenta (PT-RS),
ter o ex-presidente nas comissões da Casa seria positivo. “Podem
convidar o Lula para onde quiserem. Para nós será bom, já que ele terá
mais visibilidade e poderá explicar o que de fato está acontecendo”,
analisa o petista.
IG
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