PLAY DA NOSSA RÁDIO

quarta-feira, 16 de março de 2016

Abatida, Dilma exalta experiência de Lula e insiste em chamá-lo de presidente

Horas depois da aguardada confirmação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro do governo federal, a presidente Dilma Rousseff concedeu entrevista na qual exaltou as qualidades de seu padrinho em Brasília e procurou rechaçar qualquer crítica em relação à escolha, nesta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto.
Mas, em um momento em que a oposição acusa a petista de praticamente entregar a Presidência a Lula e no qual o movimento é visto como última alternativa para evitar que o governo federal naufrague de vez, Dilma surgiu em frente às câmeras abatida, com a voz baixa e sem buscar evitar a mania de chamar o padrinho de presidente a todo o momento – o que costumeiramente já faz, mas talvez devesse ter evitado no momento atual. 
"Eu queria destacar que a vinda do presidente Lula para o Ministério [da Casa Civil] é bastante relevante. Primeiro pelo motivo de que é inequívoca a experiência do ex-presidente Lula", afirmou a presidente após anunciar, além de Lula, a ida de Jaques Wagner à chefia de gabinete da Presidência e a do deputado Mauro Lopes (PMDB) à Secretaria da Aviação Civil.
"Trabalhei com ele [Lula] por quase seis anos e o conhecimento do presidente sobre o País é imenso. O compromisso do Lula é necessário para que a gente tenha um desenvolvimento mais continental em políticas em geral, como de infraestrutura [...] Vai ser um grande ganho para o governo [...] O presidente Lula tem uma trajetória de compromisso pela estabilidade fiscal e controle da inflação."
O tom tímido no início da coletiva só mudou quando o anúncio foi encerrado e Dilma abriu espaço para as perguntas dos jornalistas. Ao dar seu recado ao mercado, enfatizando que mantém o compromisso com a estabilidade fiscal e controle da inflação e rechaçando a possibilidade de trocar os ministros da Fazenda – Nelson Barbosa – e do Banco Central – Alexandre Tombini, sua voz já começou a soar mais clara.  
Ao ser indagada se a ida de Lula à Casa Civil não seria uma manobra para evitar que ele fosse preso e se seu padrinho teria "superpoderes" no Planalto, a presidente mudou o tom de vez: passou a falar alto, a gesticular. E chegou até a abrir um sorriso de ironia para os jornalistas. 
"Tem seis anos que vocês tentam e tentam me separar do Lula. Minha relação com o Lula não é relação de poderes ou superpoderes. É relação de quem constrói um projeto junto. Ele terá os poderes necessários para nos ajudar, para ajudar o Brasil. Tudo o que ele puder fazer para ajudar o Brasil, vai fazer."


Nenhum comentário:

Postar um comentário