O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou hoje (14) ao
Ministério da Defesa para iniciar amanhã (15) a retirada das forças
russas da Síria. Segundo a Presidência russa, o chefe de Estado sírio,
Bashar Al Assad, concordou com a decisão.
"A tarefa que tinha sido solicitada ao nosso Ministério da Defesa e
às nossas Forças Armadas foi globalmente conseguida e assim ordenei ao
ministério para iniciar a partir de aa manhã a retirada da maior parte
dos nossos contingentes militares na República Árabe da Síria", afirmou
Putin, dirigindo-se ao ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, ao
fazer uma declaração transmitida pela televisão.
O Kremlin (sede da Presidência russa) informou que Putin e Assad,
aliados de longa data, tinham concordado, durante uma conversa
telefônica, com a retirada das forças russas do território sírio.
A intervenção das forças aéreas russas na Síria teve início em 30 de
setembro de 2015 e foi feita a pedido de Bashar Al Assad no âmbito da
luta contra o terrorismo no país.
Moscou vai, no entanto, manter uma presença aérea no território sírio
para supervisionar a aplicação do cessar-fogo, que entrou formalmente
em vigor no dia 26 de fevereiro, segundo a Presidência russa.
"Os líderes registraram que as ações da força aérea russa permitiram
alterar radicalmente a situação na luta contra o terrorismo,
desorganizar as infraestruturas dos combatentes e infligir danos
significativos sobre eles", indicou o comunicado do Kremlin.
A oposição síria reagiu com cautela ao anúncio da retirada das forças
aéreas russas da Síria. Um porta-voz da aliança opositora síria, que se
encontra em Genebra (Suíça) para negociar com os enviados do governo de
Damasco afirmou que a decisão é importante, mas defendeu que seria
ainda mais importante se Vladimir Putin "decidisse apoiar o povo sírio e
não um ditador".
Uma nova ronda de negociações para pôr fim ao conflito na Síria
começou hoje em Genebra sob a égide da ONU e vai terminar em 24 de
março. Segundo o enviado especial das Nações Unidas para a Síria,
Staffan de Mistura, a tônica dessas conversas será a formação de um novo
governo, a redação de uma nova Constituição e a realização de eleições
legislativas e presidenciais em um prazo de 18 meses.
Após o período de negociações de dez dias, que termina em 24 de
março, haverá uma pausa de uma semana a dez dias, e as conversas serão
retomadas em seguida.
O objetivo é alcançar um acordo de transição política, que a ONU
considera ser a única forma de pôr fim a cinco anos de guerra na Síria,
que fizeram mais de 270 mil mortos e obrigaram milhões de pessoas a
abandonar as suas casas.
Uma roda anterior de negociações, realizada em fevereiro, também em
Genebra, foi interrompida devido a uma intensificação dos ataques aéreos
na Síria pela Rússia.
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