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terça-feira, 15 de março de 2016

Ibovespa cai 1,55% com possibilidade de Lula ministro; Petrobras cai 10% e dólar bate R$ 3,65

Num pregão que refletiu as pressões das manifestações de domingo contra o governo , mas especialmente a notícia, no meio da tarde, de que a presidente Dilma Rousseff deve nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro, para livrá-lo da juiz Sérgio Moro, o Índice Bovespa teve queda de 1,55%, para 48,867 pontos. O volume financeiro negociado somou R$ 7,8 bilhões, acima da média diária de R$ 7,3 bilhões em 2015.
Lula no governo
O principal indicador brasileiro foi puxado para baixo no fim do dia pela notícia de que o ex-presidente deve aceitar a oferta de um ministério feito por Dilma. Dessa forma, ele terá foro privilegiado e será julgado Supremo Tribunal Federal (STF), não pelo juiz Moro. Ao mesmo tempo, Lula poderá tentar salvar o que resta do governo de Dilma, atuando como articulador político e, provavelmente, como primeiro-ministro. O que isso significará em termos de mudança nas áreas política e econômica é que preocupa o mercado, que derrubou as ações, especialmente as da Petrobras. Os papéis ordinários (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) da estatal caíram 6,64% e 10,26%, respectivamente, com a desvalorização de quase 3% do petróleo no exterior.



No período da tarde, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que o governo reconhece que as manifestações ocorridas nesse domingo foram “vigorosas”, mas que também foram produzidas por federações de empresas.
Hoje, a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua nas investigações da Lava Jato informou que ajuizou no último sábado ação de improbidade administrativa contra a empreiteira Odebrecht, ex-executivos da empresa e ex-diretores da Petrobras. Na ação, o MPF pede que todos os citados devolvam R$ 7,3 bilhões e fiquem proibidos de contratar com a administração pública.
Ainda envolvendo a petroleira, um estudo analisou o impacto das três primeiras medidas sobre a retomada dos investimentos em petróleo e gás no país. Considerando uma taxa média de câmbio de R$ 4 por dólar, essas medidas devem gerar investimentos de R$ 314,7 bilhões (US$ 78,7 bilhões) nos próximos dez anos e estimular a extração de até 8 bilhões de barris.
Vale ON perdeu 2,81%, como Vale PNA 5,12%, mesmo com os dados de produção industrial na China subindo 5,4% nos dois primeiros meses deste ano. O investimento em ativo fixo urbano cresceu 10,2% no mesmo período, após alta de 10% nos mesmos meses do ano passado.
As instituições financeiras, com forte peso no Ibovespa, também perderam. Itaú Unibanco PN teve queda de 1,14%, com Bradesco PN, 2,17%, Banco do Brasil ON, 4,42%, e as units (recibos de ações) do Santander, 1,81%.
Usiminas cai 8% e Braskem ganha 6%
No primeiro dia útil após a decisão de seu Conselho de Administração aceitar a proposta de aumento de capital de R$ 1 bilhão, Usiminas PNA liderou as perdas do Ibovespa, com -8,42%, sem contar Petrobras. A siderúrgica foi seguida por Rumo Logística ON, 8,15%, Cia Hering ON, 6,69%, e Qualicorp ON, 5,64%. Na análise do BTG Pactual, apesar de menor do que o ideal, o recente aumento de capital aprovado pelo Conselho da Usiminas deve ser bem recebido pelos investidores. Na contramão, as maiores altas do indicador foram de Braskem PNA, 6,23%, Fibria ON, 6,19%, Suzano Papel PNA, 5,02%, e Oi ON, 4,72%.
Europa sobe e EUA têm trajetórias mistas; petróleo recua 3%
Os investidores europeus viram hoje a produção industrial do bloco em janeiro melhorar 2,1%, ante dezembro do ano passado, e subir 2,8% na comparação com o mesmo mês em 2015. Os resultados ajudaram a impulsionar os índices de ações, que marcaram avanços. O Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos da região, ganhou 0,59%, seguido pelo DAX, de Frankfurt, 1,62%, pelo CAC, de Paris, 0,31%, e pelo Financial Times, de Londres, 0,57%.
Num dia fraco de indicadores econômicos, nos Estados Unidos, as principais bolsas tiveram trajetórias distintas. O Dow Jones subiu 0,09%, com o indicador da Nasdaq, 0,04%, ao passo que o S&P 500 perdeu 0,13%. Entre as commodities, o petróleo WTI, de Nova York, recuou 2,96%, para US$ 37,36, como o Brent, de Londres, 1,83%, para US$ 39,65.
Juros sobem e dólar atinge R$ 3,65
As taxas de juros futuros fecharam o dia em alta. Para 2017, as projeções subiram de 13,73% ao ano para 13,81%. Os acordos válidos até janeiro de 2018 registraram taxas de 13,63%, contra 13,56% na semana passada. Por fim, os juros para 2021 avançaram de 14,15% para 14,28%. O dólar comercial subiu 1,72%, para R$ 3,65 na venda, enquanto o dólar turismo caiu 0,52%, sendo vendido a R$ 3,77.
Ficando até em segundo plano, em meio ao noticiário político, as estimativas do Boletim Focus mostraram uma queda na expectativa do mercado para a inflação e para o dólar neste ano. Segundo as projeções, a alta da inflação esperada agora é de 7,46%, contra 7,59% na semana anterior. Já para 2017, a expectativa de inflação permanece em 6%, no novo limite máximo estabelecido pelo governo. Os especialistas consultados também reduziram suas expectativas para o dólar tanto em 2016 quanto em 2017, para R$ 4,25 e R$ 4,34, contra R$ 4,30 e R$ 4,40 no último levantamento, acompanhando o recuo do mercado nas últimas duas semanas.
No mesmo sentido, a baixa de 0,61% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em janeiro também passou mais apagada. O resultado ficou abaixo da projeção feita pelos consultores da MCM, de crescimento de 0,5% em janeiro e queda de 6,8% no ano, e mostra que a recessão caminha para ser mais profunda que o esperado.

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