Integrantes do Palácio do Planalto
avaliam que os próximos 15 dias serão decisivos para o governo da
presidente Dilma Rousseff. A perspectiva é que a comissão que analisa o
impeachment da petista termine seus trabalhos em meados de abril e que
os acordos com os partidos da base aliada que serão fechados até lá
definam se a presidente continua ou não no cargo.
O tema que mais preocupa o governo no
momento é o desembarque do PMDB, que deve ser oficializado na próxima
terça-feira. Assim que chegou a Brasília na noite de domingo (27),
depois de passar o feriado em Porto Alegre, Dilma convocou uma reunião
no Palácio da Alvorada para discutir o assunto com os seus principais
ministros.
Auxiliares da petista classificam a
decisão do partido do vice-presidente Michel Temer como irreversível e
chegam a falar que “só um milagre” faria os peemedebistas mudarem de
ideia. Não descartam também que a saída do PMDB provoque uma debandada
dos demais partidos da base aliada, como o PP e o PSD.
Diante desse quadro, a ordem é atuar no
varejo para conquistar o maior número de deputados possível. A
estratégia vai ser entregar cargos e prometer a liberação de recursos
àqueles que votarem contra o impeachment. Hoje, o cálculo do Planalto é
que o governo não tem os 171 votos necessários para barrar o processo na
Câmara e que seria muito difícil paralisá-lo no Senado.
Sem interlocução com Temer, Dilma
delegou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tarefa de tentar se
aproximar do vice. Na última semana, o petista não obteve sucesso na
empreitada. Temer sequer atendeu aos telefonemas do ex-presidente. Uma
nova tentativa deve ser feita nesta segunda-feira, mas há pouca
esperança que isso altere o quadro já desenhado.
Até mesmo a nomeação de Lula para a Casa
Civil já é vista, no Planalto como algo que, por ora, perdeu o sentido.
Com o caso dependendo de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, a
saída vai ser o ex-presidente atuar como interlocutor informal do
governo, como já vem fazendo. No centro do escândalo da Operação Lava
Jato, porém, Lula já não mostra a mesma influência de outrora.
Páscoa
Dilma Rousseff voltou a Brasília no
início da noite de domingo (27) após passar o feriado com a família na
capital do Rio Grande do Sul. Além da Páscoa, a presidente celebrou o
aniversário da filha, Paula Araújo, mãe de seus dois netos – Gabriel, de
5 anos, e Guilherme, que nasceu em janeiro.
Ela chegou a Porto Alegre na quinta-feira e, como de costume, manteve uma rotina discreta, saindo de casa somente para pedalar.
UOL, com AE
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