Os delegados da Polícia Federal emitiram uma nota na noite
desta quarta-feira (16) externando “repulsa e indignação” contra a
suposta interferência do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, nos
trabalhos investigativos da operação Lava Lato. No mesmo documento, a
categoria disse ser lamentável “que atos de ingerência política estão em
curso para impedir a continuidade de uma das mais importantes
investigações em curso no país”.
Confira a nota na íntegra:
Os Delegados de Polícia Federal, representados pela Associação
Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), vêm a público
manifestar total indignação e repulsa diante dos trechos, revelados pela
imprensa, da conversa entre o ex-Presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, a respeito do Subprocurador-Geral da República, Eugênio
de Aragão, recém nomeado para o cargo de Ministro de Estado da Justiça.
Na gravação, já tornada pública pela 13ª Vara da Justiça Federal de
Curitiba, fica claro a intenção de que o nomeado interfira nas ações da
Polícia Federal.
É lamentável constatar que atos de ingerência política estão em curso
para impedir a continuidade de uma das mais importantes investigações
em curso no país.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal já havia
alertado sobre o risco de interferência política na Polícia Federal em
razão da falta de autonomia da instituição. Restou comprometida, desta
forma, a indicação de Eugênio Aragão para o cargo de Ministro da
Justiça, diante da demonstração de que sua indicação teve por finalidade
controlar as ações da Polícia Federal.
Ante esses estarrecedores fatos, reiteramos urgência da aprovação da
Proposta de Emenda Constitucional 412/2009 (PEC 412/2009), que
estabelece a Autonomia para a Polícia Federal, garantindo que continuará
a atuar de forma republicana e firme no combate ao crime organizado e à
corrupção.
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