Ex-líder do governo no Senado,
Delcídio do Amaral já se prepara para se desfiliar do PT. O senador,
suspenso da legenda desde o ano passado quando foi preso no âmbito da
Operação Lava Jato, espera apenas seu acordo de delação premiada ser
homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para entregar a carta ao
partido.
A “carta” está pronta e seria sucinta –
só tem uma linha em que comunica a desfiliação e dá cordiais saudações. A
decisão do Supremo, na pessoa de Teori Zavascki, é esperada para a
próxima segunda-feira (14).
O político decidiu contar o
que sabe à Justiça e, segundo reportagem da revista “IstoÉ”, acusou a
presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de atuarem para
prejudicar as investigações da operação. O parlamentar também afirmou
que Dilma tinha conhecimento das polêmicas cláusulas na compra da
refinaria de Pasadena, em 2006. Dilma rechaçou as acusações e disse que o
senador tentou atingi-la por “vingança”.
Delcídio também mencionou em sua delação
o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e cinco nomes da cúpula do
PMDB no Senado: Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Romero Jucá
(RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Ao todo, a delação do
parlamentar tem 400 páginas.
Único parlamentar que já foi filiado ao
PSDB e ao PT, Delcídio do Amaral foi preso em 25 de novembro de 2015 por
determinação do STF após ser flagrado em conversas com Bernardo
Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, em que
tentava obstruir as investigações da Lava Jato.
Estadão
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