O senador e ex-presidente
Fernando Collor (AL) formalizou nesta sexta-feira (18) sua desfiliação
do PTB após nove anos como integrante da legenda.
Aliado do governo, o senador justificou a
decisão devido ao posicionamento da presidente do partido, a deputada
Cristiane Brasil (RJ), que conclamou os parlamentares da sigla a votarem
pela saída da presidente Dilma Rousseff. O deputado Jovair Arantes (GO)
é o relator da comissão especial do impeachment na Câmara.
Nesta quinta (17), a deputada publicou
uma nota em que diz que o partido já possui “direção clara contra o
governo de Dilma, Lula e do PT”. “Este governo acabou, não tem mais
condições morais de continuar, e é preciso que o diretório nacional do
PTB e sua bancada parlamentar estejam absolutamente unidas em favor do
povo brasileiro”, disse.
Segundo uma mensagem publicada em sua
página no Facebook, Collor diz que ainda examina, “com tranquilidade”,
os convites já recebidos. O post, no entanto, não revela quais partidos
já teriam entrado em contato com o senador. Collor é um dos investigados
pela Operação Lava Jato.
“O objetivo é optar programaticamente
por um novo partido que esteja identificado com o seu pensamento de
Estado e sua visão social”, disse.
O senador era líder do bloco União e
Força, que engloba além do PTB, o PR, PSC e PRB, com um total de nove
integrantes. Collor também era presidente do diretório de Alagoas, que
agora passa a ser presidido pelo deputado Antonio Albuquerque.
DESFILIAÇÕES RECENTES
Além de Collor, outros sete senadores
trocaram de partido ou apenas se desfiliaram de suas legendas desde a
promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da janela
partidária, em 18 de fevereiro, que abriu prazo de 30 dias para que
detentores de mandato eletivo troquem de partido sem o risco de serem
cassados por infidelidade partidária.
Apesar de valer para todos os que
possuem um mandato eletivo, na prática, senadores, prefeitos,
governadores e presidentes da República não necessitam das novas normas
porque o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu em maio do ano passado
que a regra da fidelidade partidária não se aplica ao grupo que tem
mandato majoritário. Os eleitos para estes cargos podem trocar de
partido sem terem seus mandatos cassados em qualquer época.
Trocaram de partido os senadores Ricardo
Ferraço (ES), que deixou o PMDB e foi para o PSDB; Cristovam Buarque
(DF), que se desfiliou do PDT e mudou para o PPS; e Hélio José,
recentemente filiado ao PMB, migrou para o PMDB. Já os senadores Reguffe
(ex-PDT-DF), José Medeiros (ex-PPS-MT), e Delcídio do Amaral (ex-PT-MS)
se desfiliaram e estão sem partido até este momento.
Folha Press
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