A ocupação de vias públicas tem sido uma estratégia de protesto
comum na última década: foi assim nos EUA, no Egito e na Ucrânia. Grupos
mais ou menos organizados se juntam espontaneamente para exigir
mudanças e permanecem num local até que suas demandas sejam atendidas
(ou não). Desde a última quarta-feira (16), um grupo se instalou na
avenida Paulista, em São Paulo, com a promessa de só sair de lá quando a
presidente Dilma Rousseff deixar o governo e Lula for preso pela
Operação Lava Jato. O UOL foi lá ver como é um dia desse acampamento em um dos maiores cartões postais da cidade.
O acampamento fica em frente ao prédio da Fiesp (Federação das
Indústria do Estado de São Paulo) -- nos primeiros dias, as barracas
ocupavam a avenida; agora, elas ficam na calçada junto ao portão da
federação. Só vão para a pista no domingo, dia em que a Paulista é
fechada para o trânsito de veículos. O grupo ainda é pequeno: eram cerca
de 70 pessoas acampadas na manhã deste domingo (20), com mais outras 30
que ajudavam no revezamento nas manifestações.
UOL
Não é muita
gente, mas é um grupo que está crescendo. Na manhã de sábado, dia 19 de
março, quando cheguei ao local, eram apenas 18 barracas ocupadas. Em
menos de 24 horas, já eram 36.
Ao chegar
ao acampamento, em meio aos manifestantes que também adotaram o
semáforo local para protestar contra o governo, fui abordado por
Daniela, uma das jovens que tomou para si a tarefa de organizar o grupo e
os simpatizantes. Minha intenção era entrar para o grupo, fazer parte
do acampamento por pelo menos um dia inteiro. Para isso, precisei deixar
meu nome e telefone com Daniela, que colocou uma fita de pano amarela
no meu pulso. "É para identificar com quem eu já falei", explicou. "E
para que você tenha acesso ao acampamento".
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