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domingo, 20 de março de 2016

Acampado na Paulista: como é um dia do grupo que quer derrubar Dilma na rua 2

A ocupação de vias públicas tem sido uma estratégia de protesto comum na última década: foi assim nos EUA, no Egito e na Ucrânia. Grupos mais ou menos organizados se juntam espontaneamente para exigir mudanças e permanecem num local até que suas demandas sejam atendidas (ou não). Desde a última quarta-feira (16), um grupo se instalou na avenida Paulista, em São Paulo, com a promessa de só sair de lá quando a presidente Dilma Rousseff deixar o governo e Lula for preso pela Operação Lava Jato. O UOL foi lá ver como é um dia desse acampamento em um dos maiores cartões postais da cidade.
O acampamento fica em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústria do Estado de São Paulo) -- nos primeiros dias, as barracas ocupavam a avenida; agora, elas ficam na calçada junto ao portão da federação. Só vão para a pista no domingo, dia em que a Paulista é fechada para o trânsito de veículos. O grupo ainda é pequeno: eram cerca de 70 pessoas acampadas na manhã deste domingo (20), com mais outras 30 que ajudavam no revezamento nas manifestações.
UOL 

 

Não é muita gente, mas é um grupo que está crescendo. Na manhã de sábado, dia 19 de março, quando cheguei ao local, eram apenas 18 barracas ocupadas. Em menos de 24 horas, já eram 36.
Pablo Raphael/UOL
O SENHOR DAS BARRACAS - Renato Tamoio é o dono das barracas usadas no acampamento pró-impeachment na avenida Paulista. "Tenho 250 barracas", diz o empresário, que afirma ter adquirido isso tudo para apoiar atos contra o governo do PT em 2014. "Tenho um dever patriótico, como empresário e pai de 5 filhos". Assim como alguns outros membros do acampamento, Renato é a favor da intervenção militar. "Não estamos do lado do partido A ou do partido B".
Ao chegar ao acampamento, em meio aos manifestantes que também adotaram o semáforo local para protestar contra o governo, fui abordado por Daniela, uma das jovens que tomou para si a tarefa de organizar o grupo e os simpatizantes. Minha intenção era entrar para o grupo, fazer parte do acampamento por pelo menos um dia inteiro. Para isso, precisei deixar meu nome e telefone com Daniela, que colocou uma fita de pano amarela no meu pulso. "É para identificar com quem eu já falei", explicou. "E para que você tenha acesso ao acampamento".

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