Se o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rouseff traçaram como
estratégia uma reaproximação com o vice-presidente Michel Temer para
barrar a aprovação do impeachment, vão procurar e não vão encontrá-lo. A
ordem na cúpula do PMDB é que Temer continue “em lugar incerto e não
sabido” e que seja preservado inclusive de conversas com lideranças da
oposição para não dar combustível para o discurso governista do “golpe” .
— A chance de haver essa reaproximação com Dilma e Lula é zero. Temer
está em lugar incerto e não sabido, quem o procura não está achando.
Ele vai continuar em lugar incerto e não sabido até o dia 29, quando o
PMDB deve formalizar o rompimento com o Governo — diz uma fonte do PMDB.
Embora os senadores da oposição estejam conversando com os senadores
Romero Jucá (PMDB-RR), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para articular o impeachment, Temer
não quer se envolver nem com o Planalto nem com o processo no Congresso.
Na cúpula do PMDB houve certa irritação com entrevista do senador José
Serra (PSDB-SP), que, ao jornal O Estado de São Paulo, falou sobre a
eventual formação de um ministério “de notáveis” e sobre a
impossibilidade de Temer de se candidatar em 2018. Em nota divulgada
nesta segunda-feira, o vice-presidente que ‘não tem porta-voz, não
discute cenários políticos para futuro governo e não delegou a ninguém
anúncio de decisões sobre sua vida pública”.
Maria Lima, O Globo
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