Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba,
não abrem mão da ampla confissão do empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht
em um eventual acordo de delação premiada. O Grupo Odebrecht tornou
pública ontem a intenção de executivos da empresa de fechar uma
“colaboração efetiva” com os investigadores, em busca de redução de
pena.
Preso desde 19 de junho de 2015 – quando foi deflagrada a 14ª fase da
Lava Jato, batizada de Erga Omnes (vale para todos) – e condenado pelo
juiz federal Sérgio Moro a 19 anos de prisão, no mês passado, em um
primeiro processo em que foi réu, Odebrecht estaria entre os executivos
que buscam acordo.
Além de confessar ter conhecimento e ascendência sobre o
“departamento da propina” desvelado pela Operação Xepa – 26ª fase
deflagrada nesta terça-feira, 22 -, procuradores da força-tarefa querem
detalhes sobre a corrupção em outras obras e áreas do governo. Algumas
delas já no radar da Lava Jato, como o setor de plataformas na
Petrobrás, o estádio Itaquerão, em São Paulo, o Porto Maravilha, no Rio,
entre outras.
Em nota pública divulgada pelo Ministério Público Federal de
Curitiba, nesta quarta-feira, os procuradores da Lava Jato explicitaram
essa condicionante. “O Ministério Público Federal mantém o entendimento
de que acordos de leniência e de colaboração premiada somente são
possíveis com o completo desvelamento, por parte dos envolvidos, dos
fatos criminosos que já são investigados, além da revelação plena de
outras ilegalidades que tenham cometido e que ainda não sejam de
conhecimento das autoridades, e da reparação mais ampla possível de
todas essas ilegalidades.”
(mais…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário