O pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald
Trump, realizou neste sábado (19) uma visita ao Arizona e seus comícios
provocaram protestos, bloqueios de estradas e incidentes violentos,
alguns deles protagonizados por integrantes de sua própria equipe de
campanha.
Em outro dia marcado por distúrbios, o milionário nova-iorquino
motivou confrontos entre simpatizantes e opositores durante seu discurso
esta tarde no Centro de Convenções de Tucson, os quais foram
registrados em vários vídeos divulgados em veículos de comunicação e
redes sociais.
Durante sua apresentação, a última do dia e na qual Trump foi
interrompido várias vezes, um jovem opositor com uma camiseta com a
bandeira americana estampada e um cartaz no qual se lia "Mal para os
EUA", foi golpeado repetidamente enquanto era levado para fora do
recinto por uma pessoa que estava entre o público.
Em outro vídeo foi possível ver o chefe de campanha de Trump, Corey
Lewandowski, confrontando muito de perto junto a outra pessoa um jovem a
quem depois aparentemente puxam pela gola de sua camiseta quando este
pretendia afastar-se.
Segundo Hope Hicks, porta-voz da campanha de Trump, o "manifestante
não foi afastado por Lewandowski, mas pelo homem que estava a sua
esquerda".
Lewandowski já havia se envolvido em polêmica quando a repórter do
portal de internet "Breitbart", Michelle Fields, o acusou de pegá-la
pelo braço e afastá-la com força enquanto tentava fazer uma pergunta a
Trump, o que a fez apresentar uma denúncia em uma delegacia da Flórida.
Apesar de muitos dos que protestavam em Tucson serem imigrantes
hispânicos, durante seu discurso o pré-candidato presidencial reiterou
que os "latinos amam Trump".
De manhã, o milionário nova-iorquino iniciou seu périplo por este
estado, onde na terça-feira (15) democratas e republicanos realizarão
eleições primárias, com uma aparição no Centro de Convenções de Phoenix,
onde foi recebido por simpatizantes e opositores.
Trump chegou a sua próxima parada, Fountain Hills, ao nordeste de
Phoenix, com atraso devido ao bloqueio de uma rua principal da cidade
realizado por dezenas de opositores, que durante quase uma hora
impediram o tráfego com seus automóveis e cartazes, enquanto gritavam
palavras de ordem contra o magnata.
Os agentes policiais precisaram usar guindastes para tirar os
veículos da via, onde se pôde observar ao longo de vários quilômetros
longas filas de carros parados.
O xerife do condado de Maricopa, o polêmico Joe Arpaio, informou depois que três manifestantes foram detidos.
"Se pensam que vão intimidar o próximo presidente dos EUA, isso não
vai acontecer", garantiu Arpaio no Fountain Park, local no qual pouco
depois da manifestação Trump foi apresentado pelo xerife e pela
ex-governadora Jan Brewer, que expressaram seu apoio à candidatura do
magnata.
Sobre o palanque, Trump focou seu breve discurso na imigração e na
necessidade de reforçar a fronteira, para o que sugeriu de novo a
construção de um muro pago pelo México, o que gerou aplausos entre seus
eleitores.
"Se não temos uma fronteira não se pode ter um país", ressaltou o
magnata, que lidera com vantagem o processo de primárias no Partido
Republicano, seguido pelo senador Ted Cruz.
Nos arredores mais de 100 manifestantes expressavam com cartazes e
gritos seu desacordo com a retórica anti-imigração que o milionário
desenvolveu ao longo de sua campanha, na qual chegou a prometer que
impedirá a entrada dos muçulmanos se for eleito presidente.
"Trump representa o pior deste país, representa essa gente racista
que não aceita outras pessoas só pela cor de sua pele ou porque falam
inglês com sotaque", disse Roberta Martínez, estudante da Universidade
do Estado do Arizona (ASU).
Após seu discurso em Fountain Hills, Trump fez um último comício em Tucson, outro cenário de protestos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário