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sábado, 12 de março de 2016

‘Isso é bobagem’, diz ex-ministro de Jango sobre ‘golpismo’ da Lava Jato

Na reta final de seu governo, quando agitações políticas formavam terreno próspero para o golpe militar, o então presidente João Goulart chamou seu ex-ministro do Trabalho Almino Affonso para uma conversa.
Segundo Almino, Jango se disse num impasse. Era preciso fazer as reformas propostas, porque os apoiadores cobravam, mas elas nunca passariam. A situação econômica piorava e o governo não tinha apoio no Congresso – a oposição batia cada vez mais forte.
Dali a poucos meses, o então deputado foi um dos responsáveis por alertar o presidente sobre os generais que saiam de Minas Gerais. Jango foi derrubado e teve início a ditadura militar no País.
Hoje com 86 anos, o advogado amazonense familiarizado com as ameaças à democracia se diz angustiado com o momento político do País. Apesar de considerar “uma bobagem” a hipótese de que um golpe contra o governo esteja se desenrolando hoje, ele disse temer pelo futuro das instituições.
“Alguns entreveriam algo contra o que está (no poder), contra o Lula, o meu medo é muito mais amplo”, afirmou. “Temo que, com a crise política e econômica e a falta de lideranças que assumam como deveriam o desafio, o país mergulhe num impasse institucional.”
Para Almino, que conviveu com figuras como Tancredo Neves e foi conselheiro de Lula, não há líderes políticos. Nem nos Estados (“não encontro um”), nem no Congresso, nem no governo (Dilma é “incapaz”). Até a figura de Lula, que diz admirar, tem sua grandeza “diluída” frente às acusações de corrupção.
O ex-deputado fala de um vazio no poder. Mesmo favorável ao impeachment, “instituição prevista na Constituição”, se preocupa com a sucessão de Dilma e diz que era mais fácil diagnosticar os problemas às vésperas da ditadura militar. “O que me angustia é que você está em um país sem horizonte.”
Terra

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