As manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff no
Brasil foram noticiadas com destaque pela imprensa internacional neste
domingo. Os sites de notícias salientaram as dimensões dos protestos e a
fragilidade em que se encontra o governo brasileiro diante dos casos de
corrupção investigados na Operação Lava Jato.
De acordo com o site do jornal britânico The Guardian, os atos
aumentam as dúvidas sobre a capacidade da petista completar os quatro
anos de mandato, em reflexo à “frustração” manifestada nas ruas e em um
momento econômico que o jornal classifica como “a pior recessão do
século”.
Nos Estados Unidos, o Washington Post destacou que o número de
manifestantes deste domingo superou o das Diretas Já, afirmando que os
atos aumentam a pressão sobre “o combalido governo Dilma, enquanto ela
sofre para se manter no poder menos de 18 meses após sua reeleição”. O
jornal também aborda o fato de a condução coercitiva do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ter inflamado os movimentos e disse que ele
foi “formidavelmente popular” durante seus mandatos.
O francês Le Monde destacou a fala da presidente Dilma, que disse na
sexta-feira que não há motivos para renúncia e que ficaria orgulhosa de
ter Lula como um de seus ministros. O jornal também abordou a condução
coercitiva do ex-presidente, classificando-a como “humilhante”.
O jornal argentino Clarín observou que estas foram “as primeiras
manifestações apoiadas por partidos da oposição de forma explícita”,
enquanto o espanhol El País ressaltou as demandas dos manifestantes pela
prisão de Lula e pelo fim da corrupção, dizendo que os movimentos foram
as manifestações mais “massivas” da democracia brasileira.
O El País também comparou as manifestações deste domingo com os atos
contra o aumento da tarifa de transporte em 2013, notando que, à época,
os manifestantes exigiam melhorias na qualidade da educação e do
transporte público, enquanto os últimos movimentos têm como foco a saída
do PT do poder. Já o portal da rede de TV árabe Al Jazira abordou o
caráter pacífico dos atos deste domingo, além das tímidas manifestações
em defesa do governo petista observadas nas regiões periféricas de São
Paulo.
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