Adversário declarado do governo,
o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), discutiu na manhã
desta terça-feira (22), em sua residência oficial, marcar a principal
votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff para um
domingo, possivelmente 17 de abril.
O objetivo é fazer a votação no plenário
da Câmara, quando os 512 deputados (Cunha não vota nesse caso) serão
chamados ao microfone para declarar o voto, coincidir com a pressão de
uma manifestação popular recorde em frente ao Congresso Nacional.
No último dia 13, também um domingo, a
capital federal registrou um público recorde em manifestação pela saída
de Dilma -100 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Em São Paulo, 500
mil foram às ruas, segundo o Datafolha, na maior manifestação política
registrada pelo instituto.
O deputado Paulo Pereira da Silva
(SD-SP), da Força Sindical, afirma ter dado a ideia a Cunha. Segundo o
deputado, o presidente da Câmara pensava inicialmente em marcar a
votação no plenário para o dia 1º de maio, feriado do Dia do
Trabalhador, também um domingo. Mas ouviu ponderações de que deve
aproveitar o mais rápido possível o clima político favorável à
destituição da petista.
“Um domingo é o ideal para que a
população possa, sentada em casa ou nas ruas, assistir à queda do
império do PT”, afirmou Paulinho. O deputado Fernando Francischini
(SD-PR) disse que já há conversas com os movimentos de rua para que no
dia da votação final do impeachment as manifestações sejam concentradas
em Brasília.
Atualmente, o pedido de impedimento de
Dilma está sendo analisado por uma comissão especial da Câmara. Nesta
terça-feira, completam-se 3 das 10 sessões que a petista tem de prazo
para apresentar a sua defesa. Logo após isso, a comissão terá mais cinco
sessões para votar seu relatório.
Após isso, o parecer vai a votação
aberta, com chamada nominal, no plenário da Câmara. Caso pelo menos 342
dos 512 deputados optem por autorizar a abertura do processo de
impeachment, caberá ao Senado ratificar ou não essa decisão. Se
apoiá-la, Dilma é afastada do cargo.
Essa tramitação na Câmara é facilmente
manipulada por Cunha, que tem a prerrogativa de marcar as datas exatas
para seu desenrolar. Por articulação do presidente da Casa, por exemplo,
deputados estão permanecendo em Brasília nas segundas e sextas para dar
quórum nas sessões, com o objetivo de acelerar o rito.
Folha Press
Nenhum comentário:
Postar um comentário