Cuba e União Europeia (UE) assinaram nesta sexta-feira (11), em Havana,
um acordo para normalizar suas relações, abaladas durante anos por
divergências em termos de direitos humanos.
Após quase dois anos de intensas negociações, o acordo de cooperação e
diálogo político foi assinado por Christian Leffler, responsável pela
parte europeia, e pelo vice-chanceler cubano Abelardo Moreno, na sede da
chancelaria em Havana. O ato também foi acompanhado pela chefe da
diplomacia da UE, Federica Mogherini, e pelo chanceler cubano, Bruno
Rodríguez.
"É um passo histórico em nossa relação", disse Mogherini em espanhol durante a cerimônia.
Cuba era o único país da América Latina que não tinha um acordo de
diálogo político com a UE. A assinatura acontece dias antes da histórica
visita que o presidente Barack Obama fará à ilha.
Direitos humanos
Em abril de 2014, o bloco comunitário iniciou as negociações com Cuba, com o objetivo de deixar para trás a "Posição Comum" europeia de 1996, que condiciona a cooperação a avanços em direitos humanos na ilha comunista.
Em abril de 2014, o bloco comunitário iniciou as negociações com Cuba, com o objetivo de deixar para trás a "Posição Comum" europeia de 1996, que condiciona a cooperação a avanços em direitos humanos na ilha comunista.
"Este acordo marca o fim da Posição Comum", declarou Mogherini, que antecipou que a UE dará os passos para revogar esta norma.
Em 2003, o bloco europeu suspendeu temporariamente a cooperação com a
ilha comunista após a detenção de 75 dissidentes cubanos (já
libertados).
Com o acordo assinado nesta sexta-feira, que deverá ser submetido à
revisão do Parlamento da UE antes de entrar em vigor, Cuba encerra suas
divergências com a Europa antes de receber a visita de Obama, a primeira
de um presidente americano em 88 anos.
O presidente estará na ilha entre 20 e 22 de março.
Os governos de Raúl Castro e de Obama restabeleceram os laços
diplomáticos bilaterais em 2015 após mais de meio século de inimizade
pela Guerra Fria, embora ainda esteja pendente o levantamento do embargo
que castiga a ilha desde 1962.
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